Até o fim da semana, já eram doze os ministros definidos do governo que vai comandar o Brasil a partir de 1° de janeiro: Paulo Guedes (Economia), deputado Onyx Lorenzoni (Casa Civil), general Augusto Heleno (gabinete da Segurança Institucional), general Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Sérgio Moro (justiça e Segurança Pública), deputada Tereza Cristina (Agricultura), astronauta Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) embaixador Ernesto Araújo (Relações Exteriores); deputado Fernando Mandetta (Saúde),  Wagner de Campos Rosário (Controladoria Geral da União); Gustavo Bebranno (Secretaria Geral da Presidência da Republica), e André Luís de Mendonça (Advocacia Geral da União).

O presidente do Banco Central será o economista Roberto Campos Neto, atual diretor financeiro do Santander. Seu avô, Roberto Campos é apontado como o maior expoente do pensamento liberal do Brasil. Ele foi ministro da Economia do primeiro governo militar do país, que teve como presidente o general Castelo Branco.

Bolsonaro anunciou que vai iniciar seu governo com uma excelente interlocução com as autoridades dos Legislativo e Judiciário. A partir desse clima de harmonia e amparado num “pacto fiscal” com os governadores, cujos estados estão falidos, pretende buscar junto aos deputados e senadores saídas para recolocar o Brasil na rota do crescimento e prosperidade. Isso sem a politica do “toma lá, dá cá” que sempre caracterizou as relações e votações polêmicas no Congresso Nacional.

A primeira proposta que apresentará será a da reforma da Previdência. “Sem equacionar o rombo de mais de R$ 200 bilhões da Previdência anuais nas contas públicas, não tem como governar o país”. – comentou Bolsonaro. Ele advertiu que medidas, algumas amargas, vão ser necessárias para colocar o Brasil de pé novamente. Sua estratégia será tentar levar os deputados e senadores a votarem suas propostas ainda no decorrer do primeiro semestre, para aproveitar a lua de mel do novo presidente com a sociedade brasileira.

DEMAIS MINISTÉRIOS

Bolsonaro garantiu que concluirá a formação do seu governo até o fim do mês. Está em estudo a criação da pasta da Cidadania, que reunirá as áreas do desenvolvimento social, direitos humanos e políticas de combate às drogas. Prevista a criação do Ministério da Produção, que reunirá parte dos serviços do extinto Ministério da Industria e Comercio e as atividades do Ministério do Trabalho.

Para o Ministério da Educação, Bolsonaro está conversando com Vivianne Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, que desenvolve importantes programas na área educacional.

O presidente eleito anunciou também que, dentro da estratégia de reduzir custos e aprimorar o funcionamento da maquina pública, vai cortar por volta de 30% de todos os cargos comissionados e de confiança existentes na Esplanada dos Ministérios.

Vai mexer nas fundações e concessionárias de serviços, sendo certo o fechamento de vários delas. O relacionamento do governo com as ONGS vai também sofrer intervenção. “Vamos acabar com as farras com o dinheiro público”- avisou o novo presidente.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, usando a carta branca que recebeu do presidente Bolsonaro, indicou o economista Roberto Castelo Branco para presidir a Petrobrás, no lugar de Ivan Monteiro, que deverá ser nomeado presidente do Banco do Brasil. Ele manteve o economista Mansueto Almeida à frente da Secretaria do Tesouro Nacional.

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Mouro escolheu para comandar a Policia Federal o delegado Mauricio Valeixo ligado as atividades da Lava-Jato.

DE VOLTA Á BRASILIA

Jair Bolsonaro passou três dias da semana em Brasília. Reuniu-se com as equipes que atuam na transição de governo, tratou da escolha de ministros, visitou protocolarmente o presidente do Tribunal de Contas da União, ministro Raimundo Carreira, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodger, e recebeu também alguns governadores do Nordeste e manteve encontros com lideranças politicas. Na quinta-feira, antes de retornar ao Rio de Janeiro, Bolsonaro e sua esposa Michele de Paula fizeram uma visita à Granja do Torto, onde o casal se hospedará até a posse, no dia 1° de janeiro. A tendência é Bolsonaro e sua família residirem no Palácio da Alvorada. Na sexta-feira, o presidente eleito fará uma consulta no Hospital Albert Eintein, em São Paulo. Já está marcada para o dia 12 de dezembro a cirurgia para retirada da bolsa de colostomia, que está usando desde o atentado à faca que sofreu em Juiz de Fora, em 6 de setembro.

“CAIXAS PRETAS”

A sociedade brasileira vai ficar sabendo dos escândalos escondidos em várias “caixas pretas”. A primeira a ser aberta será a do BNDES, revelando os empréstimos e financiamento concedidos pelos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff aos governos de Cuba, Venezuela, Angola e outros países que vivem sob ditadura na África.

Será esclarecido também o acordo do Brasil e Cuba em relação ao Programa Mais Médico. Os médicos cubanos recebiam apenas 30% do que era pago pelo Brasil, com os 70% restantes indo para o governo ditatorial de Havana. “O Brasil ajudava a ditadura dos irmãos Castro”.