Com a nova Previdência virando lei a partir de outubro, o Brasil estará dando passo importante para o inicio do acerto das contas públicas, hoje um dos maiores entreves para a retomada da rota do crescimento. Isso vai ser possível porque as novas regras para aposentadorias vão colocar um freio nos gastos previdenciários. O governo deixará de bancar a cobertura do déficit bilionário, mensal e crescente da Previdência, resultando uma folga de recursos que certamente serão usados para atender despesas, e assim, acabar com o déficit orçamentário, que só para este ano a previsão e R$ 139 bilhões.

Impõe-se, agora, a votação pelo Congresso Nacional de medidas para modernizar o sistema tributário, reduzindo e simplificando-o e colocar um ponto final nas amarras da burocracia.         Criar condições para um melhor desempenho para os setores produtivos e trazer de volta os investimentos nacionais e externos. Só assim o governo terá condições para tocar pra frente a recuperação e construção de rodovias, ferrovias, aeroportos, portos e hidrovias. É por esses sistemas que circulam as riquezas produzidas pelo país afora.

Para que estas mudanças se concretizem realmente, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal saíram na frente. Está em fase adiantada a tramitação das PECs 45/19 e 110/17, que visam a unificação de tributos da União, estados e municípios. A ideia é junta-las numa só proposta. Os governadores, depois de 30 anos de discórdias entre eles, na semana passada, conseguiram consenso em torno de uma proposta, já encaminhada ao Congresso Nacional. Ela se parece com as duas PECs, mas propõe a criação de um fundo de desenvolvimento para ajudar os estados menos avançados e sugere garantia de que, ao longo de 20 anos, nenhum dos estados terá perda real de arrecadação.

Só restam, agora, as propostas do governo. O Ministério da Economia defende a substituição de todos os impostos por um imposto único, que seria incidente sobre as transações bancarias nos moldes da antiga CPMF, extinta há 12 anos. Essa ideia não tem a simpatia da maioria dos deputados, a começar pelo presidente- deputado Rodrigo Maia.

O ministro Paulo Guedes, nos bastidores, tenta anular essa resistência, para encaminhar a proposta ao Congresso. O presidente Bolsonaro, que se posicionou contra o retorno do Imposto do Cheque, já teria sido convencido pelo seu ministro a mudar de opinião.

Enfim, estará nas mãos dos deputados e senadores a construção das mudanças que somem a favor do país e do desenvolvimento socioeconômico. O país está com 13 milhões de brasileiros desempregados. Ele precisa voltar a crescer. Não há mais para esperar

BOLSONARO DISCUSARÁ NA ONU

O presidente Bolsonaro deixa, neste fim de semana, o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, retornando à Brasília. Foi coroada de existo total a cirurgia que submeteu para corrigir uma hérnia. A intervenção cirúrgica do presidente é a quarta após receber uma facada, em Juiz de Fora, Minas Gerais, no dia 6 de setembro do ano passado, durante a campanha eleitoral.

Por toda esta semana, a Presidência da República foi exercida pelo vice, general Hamilton Mourão.

No próximo dia 24, o presidente Bolsonaro estará em Nova Iorque, Estados Unidos, para fazer o discurso de abertura dos trabalhos das Nações Unidos, como manda a tradição. O tema do seu discurso será sobre a Amazônia.

DESTAQUES

BRASILIA, 8%- O Distrito Federal registrou, na semana passada, a mais baixa umidade do século. Há 105 dias não chove em Brasília.

VIRANDO LOCOMOTIVA– Nos últimos 20 anos, a região do Centro-Oeste teve a maior taxa de crescimento do Brasil. Mato Grosso e Goiás foram os estados que mais venderam para o mercado internacional.

UNE PERDE– O presidente Bolsonaro editou medida provisória que dominou de Liberdade Estudantil que instituí a Carteira Digital de Alunos, sem nenhum custo. Quem sai perdendo com essa MP é a União Nacional dos Estudantes (UNE), que tinha na emissão das carteiras de  estudantes sua maior renda de sobrevivência.

CIÊNCIA PERDE- A CAPES suspendeu, até o fim do ano, a concessão ou renovação de bolsas a alunos de pós-graduação. Uma medida que representa um grande retrocesso na área da ciência. Vários cientistas brasileiros vão trabalhar no exterior.

ABUSO DE AUTORIDADE– O presidente Bolsonaro vetou 19 artigos, contendo 36 dispositivos, da Lei de Abuso de Autoridade. Caberá agora ao Congresso Nacional se aceita ou não tais vetos.

CRISE NA PGR– Com a indicação pelo presidente Bolsonaro do subprocurador Augusto Aras para substituir Raquel Dodge no comando da Procuradoria-Geral da República, uma enorme crise surgiu no setor. O protesto é pelo fato do presidente ter ignorado a lista tríplice apresentada, através de votação, pelos procuradores de todo o país.  Caberá ao Senado decidir se aceita ou não a indicação presidencial.

EMBAIXADOR SEM PASSAPORTE– Ronaldinho Gaúcho foi nomeado, Embaixador Honorífico do Turismo Brasileiro pela EMBRATUR. O objetivo do programa é atrair turistas aos destinos brasileiros com a divulgação no exterior. Ronaldinho ocupará o cargo de maneira voluntaria, sem remuneração. O novo Embaixador do Turismo está com passaporte retido na Justiça, devido a um processo por crime ambiental cometido em 2015. O ex-jogador e o irmão, Assis, construíram um trapiche com plataforma de pesca e atracadouro, na orla do Lago Guaíba, em Porto Alegre. A estrutura não possuía licenciamento ambiental R10 foi multado em R$ 800 mil, não pagou. A divida está em R$ 8 milhões.

PACOTE ANTICRIME– Terminada a votação da nova Previdência no Senado, no inicio de outubro, o governo vai começar uma campanha institucional em prol do pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro. Há uma avaliação interna de que não da para brincar com a segurança, um tema que ajudou na eleição do presidente Bolsonaro.