Treze candidatos se credenciaram, através das convecções partidárias, a participar da sucessão presidencial em 7 de outubro. Será a disputa mais concorrida desde 1989. Para analistas políticos, desses candidatos apenas seis têm chances reais de avançar. Os outros estão fadados a morrer na praia.

Os 13 candidatos terão de ser registrados no Tribunal Superior Eleitoral até o próximo dia 15, mas antes passarão por uma análise se atendem as exigências das atuais regras eleitorais e da Lei da Ficha Limpa. Os candidatos liberados, já a partir do dia 16, poderão fazer propaganda eleitoral pelo país afora, até o dia 4 de outubro.

O candidato do PT, o ex-presidente Lula, certamente terá declarada sua inelegibilidade pelo TSE, por não se enquadrar nas exigências da Lei da Ficha Limpa. Lula está preso em Curitiba, cumprindo pena de 12 anos e um mês de cadeia, em regime fechado, pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá. Confirmada sua inelegibilidade, Lula será substituído pelo seu vice, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que passará a ter como vice, a deputada Manoela D’Avila, que deixou de ser candidata a presidência pelo PCdoB.

No dia 31 de agosto começa o programa de propaganda eleitoral gratuita na televisão e no rádio.

Os dois candidatos mais votados no primeiro turno disputarão a Presidência da República no segundo turno, marcado para o dia 28 de outubro. Ai o tempo de televisão será igual para os dois candidatos.

O candidato eleito será empossado no dia 1° de janeiro de 2019, para cumprir mandato de quatro anos.

OS 13 CANDIDATOS

Os 13 candidatos aprovados pelas convenções são: Luiz Ignácio Lula da Silva (PT), vice Fernando Haddad (PT), coligação PT-PCdoB- PCO e Pros; Geraldo Alckmin (PSDB), vice-senadora Ana Amélia Lemos (PP), coligação com DEM, PP, PR, PRB, Solidariedade, PTB, PSD e PPS; Ciro Gomes (PDT), vice senadora Kátia Abreu (PDT), PDT e Avante; Marina Silva (REDE), vice ex-deputado Eduardo Jorge (PV), REDE e PV; Jair Bolsonaro (PSL), vice general Mourão (PRTB), PSL e PRTB; Álvaro Dias (Podemos), vice Paulo Rabello Castro (PSC), PSC, PRP e Podemos; Henrique Meirelles (MDB), vice o ex-deputado Germano Rigotto (MDB), MDB e PHS; Guilherme Boulos (PSOL), vice Sonia Guajajara (PSOL), PSOL e PCB; José MariaEymael (Democracia Cristã), vice pastor Hélvio Costa (Democracia Cristã);  João Amoedo (Novo), vice Chistian Lohbaner (Novo); Cabo Daciolo (Patriota), vice Sulene Baldenino Nascimento (Patriota); João Goulart Filho (PPL), vice Léo da Silva Alves (PPL); Vera Lúcia (PSTU) e vice Hertz Dias (PSTU).

CHANCES PARA SEIS CANDIDATOS

Os analistas políticos listam, hoje, apenas seis dos 13 candidatos com chances reais de chegar ao segundo turno. Acreditam também que pelo andar da carruagem dificilmente se fugirá da polarização PT- PSDB situação que predominou nas últimas eleições. Além do tucano Geraldo Alckmin e do candidato do PT, que certamente será Fernando Haddad, têm também potencial de entrar na reta final da corrida presidencial os candidatos Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, Marina Silva e Álvaro Dias. Quanto ao candidato do MDB, Henrique Meirelles, o entendimento é que ele será traído por um bom numero de caciques emedebistas, que acabarão se somando a outros candidatos que melhor atendem suas conveniências momentâneas.

Bolsonaro, Ciro, Marina e Álvaro vão ter dificuldades sérias, como o pouco tempo na televisão e rádio, e escassez de recursos para bancar as despesas de campanha.

Esses recursos vão sobrar para o PSDB e PT. O tempo de Geraldo Alckmin na programação eleitoral gratuita será de 12 inserções diárias e do PT será de cinco, enquanto Bolsonaro terá uma inserção a cada dois dias. O candidato do PT tem a seu favor um eleitorado tradicional e cativo.

DESPESAS ELEITORAIS PAGAS POR BRASILEIROS

As eleições gerais deste ano serão realizadas sem o apoio das empresas, que foram proibidas de fazerem doações eleitorais por decisão do Supremo Tribunal Federal. Para compensar essa proibição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, no fim do ano passado, aprovaram uma mini-reforma politica, com a criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), com o valor de R$ 1,7 bilhão. Essa montanha de dinheiro  sairá do bolo formado pelos impostos pagos pelos brasileiros. Isso significa menos recursos para a saúde, educação e segurança pública, que são desviados para bancar as despesas eleitorais de suas excelências que vão disputar as eleições de 7 de outubro.

A distribuição dos R$ 1,7 bilhão foi feita pelo TSE: 2%  serão divididos igualmente entre os 35 partidos legalizados, 35% entre os partidos que tenham pelo menos um deputado na Câmara, 48 % entre as legendas, na proporção do numero de representantes na Câmara; 15% entre os partidos no senado, respeitando o tamanho de cada bancada de senadores. A movimentação dos recursos será efetuada, exclusivamente, por intermédio de conta única do Tesouro Nacional, para permitir o controle maior e transparência dos recursos disponibilizados.

O MDB é o que mais dinheiro (R$ 234,2 milhões) vai receber porque é o partido com o maior número de deputados e senadores. Vem, a seguir, o PT, com R$ 212,2 milhões, o PSDB, com 185,8 milhões; o PP, R$ 135 milhões, PSB, com R4 118 milhões.

Os partidos menos contemplados serão os nanicos PSTU, PCB, PCO, PPL, NOVO e PMB, com R$ 980 mil cada um.