Como em politica tudo é possível, e que ela muda tal qual as nuvens, sentimos a obrigação de passar a seguinte informação que circulou esta semana entre os políticos governistas: o presidente Michel Temer passou a sonhar em disputar sua reeleição em outubro de 2018. A aposta dentro do Palácio do Planalto é a de que a economia está crescendo de forma consistente e sustentada. A previsão é que, já no primeiro trimestre do ano que vem, o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) estará girando em torno de 3%. Isso passaria para a sociedade brasileira a certeza de que o Brasil estaria retomando seu crescimento. E resultaria numa sensível melhora na popularidade do presidente Michel Temer, com os brasileiros ficando com a sensação de estarem novamente num período de bem estar.

Essas são as justificativas dos palacianos para o presidente Temer alimentar seu novo sonho de verão.

Mesmo que não seja candidato à reeleição, por razoes politicas diversas, Michel Temer está convicto de que, com os pilares da economia bombando, terá um papel importante na definição dos rumos da corrida presidencial que se avizinha. Seu grupo politico terá força de bancar um candidato com reais possibilidades de vitória. Como suporte dessa estratégia, está a escolha de bons nomes para compor seu ministério, que o acompanharia até o final do seu mandato, em 31 de dezembro de 2018.

PREVIDÊNCIA, PRIMEIRO OBSTÁCULO.

O presidente Temer, de forma até desesperada, está jogando todas as fichas à sua disposição, para convencer os deputados e senadores a aprovarem a reforma da Previdência Social. Ele e a equipe econômica já concordaram com a aprovação de um novo texto da proposta de emenda constitucional (PEC), mais enxuto. Ficariam de fora todas as mudanças relativas aos aposentados e os trabalhadores rurais. Do texto original da PEC seriam cortadas 50% das medidas propostas. A redução do déficit previdenciário, inicialmente previsto para R$ 800 bilhões, em dez anos, cairia para R$ 400 bilhões. Esse valor representaria uma enorme ajuda na luta de ajuste das contas públicas, a meta primeira do governo.

Para alcançar este objetivo nada está fácil para o Palácio do Planalto. Não há tempo. Faltam apenas três semanas para o Congresso entrar em recesso, que será iniciado em 20 de dezembro, prologando-se até 31 de janeiro de 2018. E a reforma da Previdência, para ser aprovada este ano, terá de passar por duas votações na Câmara e no Senado. E ainda obter votos, no mínimo de 308 dos 513 deputados e 49 de 81 senadores. Além dessas dificuldades, existem os deputados e senadores da oposição, que estão preparados para obstruírem as votações com apoio de grande parte da sociedade, que será atingida pelas mudanças da Previdência. Se essa votação ficar para o próximo ano, mais dificuldades o governo terá para torna-la uma realidade. É que a partir de fevereiro, os deputados e senadores vão estar preocupados tão apenas com suas reeleições.

PMDB EM XEQUE

O PMDB corre sério risco de entrar para a história politica do Brasil como um partido integrado por políticos que só conseguem sobreviver à base de esquemas de propina e corrupção. A voracidade por recursos públicos ilícitos de seus caciques regionais é tamanha que causaria inveja ao lendário Ali Babá e seus 40 ladrões. Um exemplo gritante da ousadia dos peemedebistas está no Rio de Janeiro. Roubaram tantos recursos, que deixaram o Estado falido. No caso do estado fluminense a Justiça tardou, mas chegou. E chegou graça aos procuradores e policiais federais da Operação Lava-Jato. Estão condenados e recolhidos à prisão o ex-governador Sergio Cabral e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jorge Picciani, e mais dois deputados pemedebistas, também foram levados para a prisão, na semana passada, por decisão da Justiça Federal, sob a acusação de terem recebido propina milionária de empresários do setor de transporte coletivo. Eles acabaram sendo soltos por decisão do plenário da Assembleia Legislativa. Esta soltura foi cassada, esta semana, por decisão unanime dos desembargadores do Tribunal Federal Da 4º Região, sob a legação de que a Assembleia Legislativa extrapolou em suas atribuições constitucionais. E os três deputados do PMDB foram reconduzidos a prisão. A procuradora-geral da Republica, Raquel Doge, encaminhou o pedido ao Supremo Tribunal Federal de anulação da sessão da Assembleia Legislativa.

O atual governador, Luiz Fernando Pezão e o secretário Geral da Presidência da Republica, Moreira Franco, foram também denunciados pela procuradoria Geral da Republica. O ex-prefeito do Rio também tem de se explicar sobre desvios de recursos destinados a olimpíada do Rio de Janeiro.

Foram presos também seis ministros do Tribunal de contas do Rio de Janeiro, por terem recebido propina em troca aprovação de processos contrários aos interesses do governo. Na quarta-feira, fechando o cerco aos políticos corruptos do Rio de Janeiro, a Policia Federal levou para a cadeia os ex- governadores Garotinho e sua esposa Rosinha Mateus. Eles são acusados de integrarem um esquema de cobrança de propinas. Eles foram recolhidos ao presidio de Benfica, onde está preso o desafeto do casal, o ex- governador Sergio Cabral. Como se vê, não se salva ninguém no Rio de Janeiro, e todos são do PMDB.

Mas a bandidagem dos peemedebistas tem atuação na Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Rio, Grande do Sul, Pará, Roraima, Rondônia, Goiás, Maranhão e Alagoas. Os envolvidos mais destacados são os senadores Renan Calheiros, Eunicio de Oliveira, Romero Juca, Edson Lobão, Jader Barbalho, José Sarney, o ex-deputado Padilha, atual chefe da Casa Civil do Palácio do Planalto. Todas eles respondendo processos no Supremo Tribunal Federal.

O senador alagoano Renan Calheiros é o parlamentar que responde ao maior numero de processos nos Tribunais. São nove. Na semana passada, o juiz da 14º Vara Federal de Brasília o condenou a perder o mandato e suspendeu direitos políticos dele por oito anos por improbidade administrativa. Renan foi condenado por “enriquecimento ilícito” e “vantagem patrimonial” indevida”, em um desdobramento do caso Mônica Velloso”, com quem o congressista manteve um relacionamento extraconjugal