Pelas pesquisas eleitorais, Jair Bolsonaro (PSL) saiu liderando, no segundo turno, a corrida presidencial, com 58% das intenções de votos contra 42% de Fernando Haddad (PT). Na historia do Brasil, jamais um candidato que saiu na frente, no segundo turno, perdeu a eleição.

Como o segundo turno representa uma nova eleição, bem diferente do que ocorreu no primeiro turno, tudo pode acontecer, na visão dos cientistas políticos. O candidato que melhor se sair na campanha eleitoral, que mais coelhos tirar da cartola, terá mais chance de ser escolhido presidente da República a partir de 1° de janeiro de 2019. Reza a tradição que, em politica, uma palavra mal colocada pode ser fatal numa campanha eleitoral.

Bolsonaro e Haddad terão até o próximo dia 28 para demonstrarem porque querem e estão preparados para governar o Brasil. Essa tarefa certamente será mais difícil, árdua, para o candidato do PT, devido a enorme diferença de votos ocorrida no primeiro turno entre os dois candidatos. São 16 milhões de votos que separam os dois candidatos.

BOLSONARO ISOLA PARTIDOS

Nas tomadas de posições das forças politicas que participaram do primeiro turno da campanha eleitoral, os partidos de esquerda- PDT, PSB, PCdoB e Psol- optaram por engrossar a chapa do PT- Fernando Haddad e Emanuela D’Aliva. Já os partidos do centro- direita- PSDB, MDB, DEM, PP, PSD, PTB- os maiores derrotados no primeiro turno, decidiram ficar equidistantes dos dois presidenciáveis, liberando seus seguidores a votarem como bem entenderem. Bolsonaro se apegou a essa liberação, partindo para estratégia de conversar diretamente com os eleitores liberados. Nada de Bolsonaro aparecer em fotos com caciques derrotados, isso para evitar que aconteça a tradicional politica do “toma lá, dá cá”. O candidato do PSL foi mais longe: passou a dar mais importância aos contatos com lideranças das chamadas Frentes Parlamentares, como as da agricultura, da bala, da educação, isolando os tradicionais dirigentes da politica, que só pensam em levar vantagens, bondades governamentais, e nomeações de cabos eleitorais. Para os ministérios que, dos 29 serão reduzidos para 15, Bolsonaro deverá nomear pessoas competentes sem indicação de políticos. Bolsonaro já anunciou que, se de fato for eleito, o economista Paulo Guedes para comandar a economia, o deputado gaúcho Onys Lorenzoni (DEM) para a chefia da Casa Civi9l e o General Augusto Heleno para ministro da Defesa. Ele foi o chefe da Missão de Paz da ONU no Haiti e comandante militar da Região da Amazônia. O Ministério da Agricultura, que deverá se juntar com o Ministério do Meio Ambiente, deverá ser comandado por alguém indicado, em comum acordo, pelas entidades que compõem o setor agro- pecuário- ambientalista.

Bolsonaro anunciou também, mirando o setor do Nordeste, o único onde perdeu a eleição, que vai estender o 13° salario aos que se beneficiam da Bolsa Família. Essa despesa adicional será coberta pelos cortes que serão feitos dos militantes do PT e indicações politicas sem direito a Bolsa Família.

Bolsonaro vai reduzir em muito sua presença em debates com Fernando Haddad. Uma  das alegações e por impedimento medico devido as facadas que recebeu em Juiz de Fora. Bolsonaro não vê razoes para dar importância aos debates com Haddad, “um poste inventado po Lula, que esta preso por corrupção e lavagem de dinheiro”. Dialogar com Haddad, seria dar importância a um chefe de quadrilha.

PT REPAGINADO

Ante o desespero para reduzir a diferença de votos em relação ao seu oponente, o PT decidiu repaginar seu logo e afastar símbolos tradicionais do candidato Fernando Haddad. Os tons vermelhos deixaram espaço para as cores verde e o amarelo, Haddad acabou com a exposição de Lula nas fotos oficiais da campanha e dos adesivos da chapa: agora, é o “Brasil para todos” no lugar do “Brasil feliz para todos”, que fazia uma alusão aos anos de Lula no governo. Haddad suspendeu, inclusive suas visitas a Lula, na prisão, em Curitiba, para fugir do carimbo de poste inventado pelo ex-presidente.

Haddad, na sua busca de voto, se aproximou da Igreja Catolica. Visitou a CNBB em Brasilia e passou frequentar missas, chegando ate se comungar.

Esquecendo o passado, Haddad esteve com o Ministro- aposentado Joaquim Barbosa, aquele que foi responsável pelas prisões de importantes lideranças do PT, como José Dirceu, Deputado Genoíno e o tesoureiro Delubio Soares.

Quem causou uma grande frustação ao PT foi Ciro Gomes. No dia em que o PDT oficializou apoio a Ferando Haddad, Ciro Gomes viajou com a família para Europá, retornando as vésperas do segundo tirno. Ciro Gomes recusou, inclusive a chefia do programa de governo do PT. Foi o troco que ele deu a Lula que, agindo nos bastidores, evitou que o PSB aderisse a campanha de Ciro no primeiro turnos.

CAMPANHA VIOLENTA

O inicio da campanha no segundo turno foi marcado por ações violentas entre os apoiadores dos dois candidatos. A mesma agressividade se repetiu nos primeiros programas na televisão e no rádio.

O cientista politico Steven Levitsky, da Universidade de Havard, dos Estados Unidos, fez a seguinte previsão: Fernando Haddad só terá alguma chance de se eleger caso se comprometa manter o ex-presidente Lula na cadeia e abra mão do programa do seu partido, o PT.

Em relação à Bolsonaro, o cientista norte-americano afirma ter ele mais chances de ser eleito, mais fará um governo com viés autoritário. E prevê que o Brasil vai passar por vários períodos de crise, conturbações, mas a democracia prevalecerá.