Por volta das 22h20 (horário de Brasília), The Weeknd dominou o Raymond James Stadium, em Tampa, na Flórida com a sua aguardada performance no halftime do Super Bowl. Ao contrário do que é comum em apresentações do intervalo, o cantor não recebeu convidados em sua performance.

A maior parte da apresentação aconteceu em um palco instalado no centro do estádio e com cenários internalizados que abrilhantaram a performance televisiva em labirintos luminosos. O grande destaque, porém, ficou para o ato final, quando o cantor tomou o campo do estádio, ao lado de centenas de dançarinos, para cantar Blinding Lights, seu maior hit e terminando seu halftime com uma chuva de fogos de artificio.

Confira a apresentação:

Quanto custou?

The Weeknd investiu, de forma pessoal, US$ 7 milhões (cerca de mais de R$ 37 milhões) nos custos da produção do seu show, conforme foi revelado pelo seu empresário Wassim “Sal” Slaiby à Billboard na semana passada.

“A NFL permite um orçamento de produção, quase nunca é suficiente para satisfazer os custos reais de produção. No entanto, normalmente a gravadora intervém e fornece o déficit. Esse parece um número extravagante para [The Weeknd] tirar do próprio bolso, a menos que a gravadora participe” diz Lou Taylor, um gerente de negócios veterano na indústria que trabalha no Intervalo do Super Bowl.

A empresa gestora Roc Nation, um dos produtores executivos do Super Bowl, supervisionará as despesas para “fazer com que este show do intervalo seja o que ele imaginou”, disse Slaiby para a Billboard. Mas, em geral, para apresentações no Super Bowl, de acordo com gerentes de alto escalão e fontes das majors, as gravadoras e patrocinadores compensam alguns dos custos, e os valores variam de ano para ano.

Investimento e Benefícios da Exposição do Super Bowl

Quando Bruce Springsteen se apresentou no Super Bowl em 2009, a NFL lhe deu um orçamento de produção de US$ 1 milhão – o que foi mais do que suficiente para seu set relativamente simples, embora Springsteen insistisse em fogos de artifício. Os representantes da NFL visitaram Jon Landau, gerente de Springsteen, pessoalmente e fizeram uma proposta elaborada. Contudo, um porta-voz da NFL não faria comentários sobre as finanças do Super Bowl, afirma a Billboard.

 

“Eles me deram 10 minutos de pontos sobre o quão grande é o Super Bowl, é o show nº 1 em Júpiter e Marte,  é nº 1 com pessoas que não escovam os dentes” Landau diz. “Há US$ 1 bilhão transacionado – lembro-me deles dizendo isso.”

Depois, Landau disse à eles: “Eu tenho uma pergunta: quanto você ganha para fazer parte do maior espetáculo da história do universo? O que o artista ganha?”. Nada, foi dito à ele, além do orçamento de produção.

“Lucro do show para Bruce e a banda: zero”, diz ele. “Mas foi muito bem produzido, Bruce e a banda foram sensacionais e nós amamos. Até você estar lá, você não consegue compreender quantas pessoas trabalham naquele show”, revela.

Então, se os artistas não estão sendo pagos, por que fazer isso? “Exposição, obviamente”, diz uma fonte de uma grande gravadora.

Além disso, existem benefícios financeiros mais diretos. Springsteen colocou a maior parte de sua turnê à venda na manhã após o Super Bowl – outros fizeram o mesmo – e acabou arrecadando US$ 156 milhões (atualmente cerca de R$ 837 milhões de reais), sendo a terceira turnê mais vendida do ano, de acordo com a Billboard Boxscore. Após o show do intervalo do ano passado, as faixas do Spotify de Shakira aumentaram 230% em comparação com a semana anterior, e a música de Jennifer Lopez aumentou 335%, informou o serviço de streaming.

Enquanto os artistas tiveram que cancelar todas as turnês no ano passado devido à pandemia, os benefícios do Super Bowl continuam valendo o custo. A audiência do ano passado foi de quase 100 milhões e as receitas publicitárias foram de US $ 450 milhões. “Nos EUA, não há nada melhor do que o show do intervalo do Super Bowl”, disse Taylor. “O benefício é enorme. Você está de olho em você.”

Fonte: portalpopline.com.br