A tão condenada politica do “toma lá, dá cá”, que Jair Bolsonaro, na campanha eleitoral, prometeu varrê-la do cenário da politica nacional, caminha para ser usada pelo próprio presidente da República como arma para salvar a reforma da Previdência. Com sérias dificuldades para aprovação, no Congresso Nacional, da PEC da nova Previdência, sem sofrer uma ampla desidratação, o Palácio do Planalto estuda a recriação de Ministérios, como o das Cidades, Integração Nacional e Segurança Pública. Eles seriam ocupados por políticos indicados por partidos que formam o Centrão- MDB, PSDB, DEM, PSD, PR, PP, PPS, Solidariedade e PTB- em troca dos votos necessários para manter a PEC original sem muitas mudanças, permitindo se atingir a meta de R$ 1 trilhão, em dez anos, na economias dos gastos públicos. As legendas do Centrão foram as que mais sofreram derrotas nas eleições de outubro. Elas se agruparam e passaram a ser a maior força politica tanto na Câmara como no Senado. Sem o apoio delas, o governo não conseguirá fazer avançar suas propostas de reforma da Previdência, mudanças nas leis tributarias e legislação anti crime.

Ante esta realidade ao presidente Jair Bolsonaro não restou se curvar ao  poderio dos políticos profissionais do Centrão.

Alguns pontos da PEC da nova Previdência o Palácio do Planalto concorda em ceder. Entre eles as regras do Beneficio de Prestação Continuada (BPC), que destina recursos aos idosos carentes, da aposentadoria rural e dos professores.

Ao compor os 49 integrantes efetivos da Comissão Especial, a maioria foi escolhida a dedo. Trinta e nove deles estão comprometidos em votarem favoravelmente a PEC da nova Previdência. Alguns deles, porém, deixaram bem claro que seus votos seriam também em troca de bondades governamentais. Os opositores convictos às mudanças são 10 parlamentares, ligados ao PT, PSB, PSOL e PCdoB.

OTIMISMO NAS ALTURAS

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes estão otimistas quanto à aprovação da PEC da nova Previdência, “Não temos alternativa. A reforma da Previdência é o primeiro grande passo para conseguimos a nossa liberdade econômica”- afirmou Bolsonaro, depois de encontro com o Ministro Paulo Guedes, no ministério da Economia, Guedes previu que a recuperação da atividade econômica acontecerá a partir de julho, “quando a PEC da Previdência, será aprovada no Congresso Nacional”. Acrescentou o ministro que a nova Previdência abrirá um horizonte de 10 a 15 anos de recuperação do crescimento do país. Na mesma hora disparam as zonas de investimento interno, atraem também os investimentos externos- ressaltou o ministro da Economia. “Vamos simplificar- reduzir os impostos, vamos fazer a descentralização de recursos para estados e municípios, e o Brasil de julho em diante, já estará crescendo de novo”.

Na visão de analistas políticos, o governo está com dificuldades para se articular politicamente e mostrar os números para a sociedade dos impactos da reforma Previdenciária na economia de forma mais clara, transparente.

O Palácio do Planalto está sentindo, no momento presente, o baque da desaceleração da economia e do aumento do desemprego. Uma das cartadas de curto prazo estudadas pelo governo para tentar estimular a economia é liberar saques de contas inativas do PIS voltado para trabalhadores do setor privado e do PASEP, que atende servidores públicos. Cálculos da equipe econômica apontam para uma injeção de até R$ 10 bilhões na economia nacional.

Agora uma constatação do colunista: os deputados não conseguiram realizar ainda uma sessão da Câmara para contar o prazo de tramitação da reforma da Previdência. Para que isto acontecer, não precisa de nenhum esforço dos deputados da oposição. A falha é mesmo das lideranças do governo

FUSÃO PSDB-DEM

Lideranças do PSDB e do DEM de São Paulo, que estão coligados desde a eleição do presidente FHC estão mantendo conversações visando a fusão das duas legendas a nível nacional. Estariam por trás dessas negociações o governador tucano paulista João Doria e o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, maior líder do DEM  no Estado do Rio de Janeiro. Ambos são apontados como pré-candidatos à corrida presidencial, em 2022. O vice-governador de São Paulo é o demista Rodrigo Garcia.

Se vier confirmar essa fusão, o grupo PSDB-DEM passará a ser a maior força politica nacional, com seis governadores, 57 deputados federais e 14 senadores. Seria a maior bancada da Câmara, superando o PSL, com 55 deputados e o PT, com 54.  Seria uma forte força nas eleições municipais do ano que vem, que são preparativos para o pleito presidencial de 2022.

Os articuladores da fusão PSDB-DEM alimentam a esperança ainda de atrair para o novo grupo o PSD de Gilberto Kassab.

ACESSO A ARMAS

O presidente Bolsonaro assinou decreto que facilita o porte de arma de fogo e o acesso a munição para caçadores, atiradores esportivos e colecionadores, além de praças das Forças Armadas. Agora essas pessoas poderão transitar nas ruas com as armas de fogo carregadas. De acordo com o presidente da Republica, o governo conseguiu estabelecer essas medidas após negociações com deputados e senadores