Faltando 78 dias para as eleições de 7 de outubro, estão praticamente definidos os candidatos que vão participar da corrida presidencial: Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL) e mais um candidato do PT. Vários pré-candidatos lançados lá atrás, como o deputado Rodrigo Maia, os ex-ministros Afif Domingos, Henrique Meirelles, Aldo Rabello e Flávio Rocha não conseguiram consolidar suas candidaturas, não ultrapassando o índice de 1% das intenções de votos nas pesquisas eleitorais.

O PT vai insistir na manutenção, da candidatura de Lula, com ele preso ou em liberdade, até a decisão final do Tribunal Superior Eleitoral sobre sua elegibilidade, o que deverá acontecer no dia 15 de agosto, último dia para o registro dos candidatos. A expectativa dos meios políticos e jurídicos é que será declarada a inegelibidade de Lula, por ele não atender as exigências da Lei da Ficha Limpa.

Lula será declarado “ficha suja” pela sua condenação, em segunda instância, de prisão por 12 anos e um mês, em regime fechado, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá. O PT recorrerá ao Supremo Tribunal Federal dessa decisão. Se mantida a impossibilidade da candidatura Lula, a cúpula do PT partirá para o Plano B, que consistirá na indicação do ex-prefeito da cidade de São Paulo Fernando Haddad, para substituir Lula na cédula das urnas eleitorais. A campanha eleitoral sem Lula candidato, ganhará uma nova dimensão.

Geraldo Alckmin avançou nas suas articulações, conseguindo adesão à sua candidatura dos DEM, PP, PSD, PTB, PRB, Solidariedade, e bom número de parlamentares do MDB. Ao indicar o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, como coordenador da sua campanha, unificaram os tucanos paulistas em torno da sua campanha e a do João Doria, candidato ao governo paulista. Alckmin, com a adesão da maioria dos partidos do centro- direita, ocupará o maior espaço no horário da televisão e rádio.

Ciro Gomes continua disputando com o PT o apoio do dividido PSB. Sua estratégia é tentar abocanhar votos do PT, caso o candidato venha ser Fernando Haddad.

Marina Silva tem encontrado dificuldades para impulsionar sua campanha, pelo pouco tempo que terá na televisão e dispor de poucos recursos para tocar a campanha.  Ensaiou um acordo com o PPS, mas até agora nada definido.

Jair Bolsonaro, por suas posições radicais em relação a temas diversos, não tem conseguido aumentar o nucleio de apoio à sua candidatura. Negocia com o PR a possibilidade de o seu candidato a vice-presidente ser o senador capixaba Magno Malta, que tem boa liderança entre os evangélicos. Com Lula fora da disputa presidencial, Jair Bolsonaro, hoje, lidera as pesquisas eleitorais, com 20% das intenções de votos.

MOMENTOS DAS ELEIÇOES

Os 35 partidos legalizados no país realizarão suas convenções no período de 20 deste mês a 5 de agosto. Além da escolha dos seus candidatos aos diversos cargos, vão elaborar o programa de ações para os próximos quatro anos e aprovar as coligações que serão feitas com outras legendas.

Os candidatos escolhidos terão de passar pelo crivo da justiça Eleitoral. Terão de atender todas as exigências da Lei da Ficha Limpa.

A busca de votos nas ruas será autorizada a partir de 16 de agosto. Começa também nesse dia o programa de propaganda eleitoral na televisão e no rádio.

A campanha eleitoral terá a duração de apenas 45 dias, metade dos 90 dias que durou a campanha das eleições de 2014.

A grande novidade deste ano é que as despesas eleitorais serão bancadas com recursos públicos. A minirreforma politica aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional criou o Fundo Especial de Financiamento de campanha, no valor de R$ 1.7 bilhão. Essa montanha de dinheiro sairá do bolo de impostos pagos por todos os brasileiros. Esse Fundo substituirá as doações que eram feitas por empresas privadas e que foram proibidas pela Suprema Corte, depois dos escândalos descobertos pela Operação Lava- Jato. A distribuição dos recursos públicos ficou a cargo do TSE, obedecendo ao tamanho das bancadas partidárias no Congresso Nacional. O MDB foi contemplado com R$ 234,2 milhões, segundo o PT, com R$ 212,2 milhões e o PSDB com R$ 185,5 milhões.

Aos eleitores vai caber que informem ao depositarem seus votos nas urnas em outubro qual o futuro que querem para o Brasil.

FALTOU AÇÃO DOS CANDIDATOS

Os deputados e senadores, antes do inicio do recesso parlamentar que irá até 6 de agosto, aprovaram uma série de bondades eleitorais representando um aumento nos gastos públicos da ordem de R$ 100 bilhões. Uma conta que terá de ser paga pelo presidente da República que vier a ser eleito em outubro, e empossado em 1° de janeiro de 2019.

O lamentável dessa orgia com o dinheiro dos impostos que pagamos, é que nenhum candidatos presidenciáveis, nenhum mesmo, veio à público para condenar a atitude irresponsável dos deputados e senadores.