ÚLTIMA SEMANA PARA VOTAÇÃO DA PREVIDÊNCIA

Ante a certeza de que não disporia nesta semana do mínimo de 308 votos entre os 513 deputados para a aprovação das novas regras da Previdência, o presidente Michel Temer optou por ganhar mais uma semana para avançar nas negociações, adiando para a próxima segunda-feira, dia 18, a sessão da Câmara dos Deputados para ocorrer tal votação. Portanto, dois dias antes do inicio do recesso parlamentar, previsto para o dia 20, quarta-feira. E assim jogar para fevereiro de 2018 a análise da reforma previdenciária pelo Senado Federal

Para chegar aos votos de pelo menos 308 deputados, não atingidos ainda neste fim de semana, o presidente Michel Temer está recorrendo a estratégia do “vale tudo”. Até mesmo o perdão aos parlamentares que apoiaram as duas propostas da Procuradoria- Geral da República de abertura de processos para afasta-lo da Presidência da República. Estão ocorrendo substituições de ministros em troca de votos, além de liberação de recursos para deputados realizarem obras em seus redutos eleitorais. O “festival de bondades” é enorme.

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, decidiu que só abrirá a votação da proposta de reforma da Previdência se estiverem presentes no plenário por volta de 480 dos 513 deputados. Abrir a sessão para o governo perder, isso ele não fará. Ele está convicto de que é necessária a aprovação dessas mudanças. Não há como continuar os rombos milionários sucessivos no sistema de Previdência. Só neste ano ele deve chegar a R$ 200 bilhões. Dinheiro que terá de sair dos recursos destinados à saúde, educação, segurança publica.

Se os deputados aprovarem, na próxima semana, o novo texto da proposta de mudança na Previdência e essa decisão ser confirmada pelo Senado em fevereiro do ano que vem, nos próximos 10 anos, o rombo cairá em torno de R$ 480 bilhões. O presidente Michel Temer começará o ano de 2018 com as contas públicas mais bem encaminhadas. As mudanças não terão efeitos imediatos e, nem de longe, resolverá o problema fiscal do país. Mas sinalizará que o caminho é de estabilizar o déficit, o que dará um alento nos cofres públicos.

O governo está otimista quanto a aprovação da nova Previdência na próxima semana. A este entusiasmo se contrapõem os partidos da oposição- PT, PCdoB, Rede e PDT. Eles garantem que o Palácio do Planalto perderá essa guerra. Se isto de fato ocorrer, ninguém se atreve a dizer como será o ano de 2018.

CAMINHOS COMPLICADOS PARA ALCKMIN

Com o envolvimento dos senadores Aécio Neves e José Serra em ações da Lava Jato, o governador Geraldo Alckmin acabou sendo ungido o cacique maior do PSDB. Na convenção de Brasília, ele foi eleito presidente nacional do partido, com 470 votos dos 474 possíveis, em substituição ao senador Aécio Neves. Essa quase unanimidade o credenciou para ser candidato dos tucanos na corrida presidencial de 2018. Deverá ser a sua segunda participação nessa disputa. Na primeira, em 2006, ele foi derrotado, no segundo turno, por Luiz Inácio Lula da Silva. Mas Alckmin não será pré-candidato único, porque prefeito de Manaus, o tucano histórico Arthur Virgílio Neto também se apresentou como postulante ao Palácio do Planalto, provocando a realização de  previa interna,  em fevereiro do ano que vem.

Os desafios de Alckmin, de imediato, são tirar Arthur Virgílio da sua frente, e sair do confinamento eleitoral do Estado de São Paulo, onde ele é bem avaliado, e se apresentar ao eleitorado do Brasil afora. Ele vai ter que se reinventar, já que está ciente de que o eleitor brasileiro está avido de mudanças, que está cansado da mesmice que toma conta dos políticos em atividade.

Segundo o ex-presidente FHC o “eleitor está enjoado dos políticos”, enfatizando: “Nos do PSDB precisamos voltar a escutar o discurso do povo, o discurso rente ao chão”. Aconselhou FHC: “O PSDB tem que entrar no debate concreto do negro, da mulher. Senão ficará fechado para a Academia”.

Alckmin terá de melhorar sua avaliação nas pesquisas, hoje em torno de 6%. Na sua dianteira estão Lula (30%),  Jair Bolsonaro (17%) e Marina Silva (10%). Até  a realização das prévias internas, atuando como presidente nacional do PSDB, Alckmin certamente vai procurar entendimentos partidários em busca da formação de uma coligação para sustentar sua corrida presidencial. Estão na sua mira o DEM e o PPS, que atuaram nas recentes campanhas juntamente com o PSDB.

Com sua decisão de apoiar a reforma da Previdência, deixou aberta uma janela para ter ao seu lado pelo menos alguns expressivos caciques do PMDB, Este partido continua sendo o maior partido do país. Têm na Câmara e no Senado as maiores bancadas, é o partido com o maior número de prefeitos, vereadores e deputados estaduais do Brasil. Mas não tem condições de sustentar candidatura própria à Presidência da Republica, porque todos os seus caciques estão enrolados com a Lava-Jato.  Nesta busca de apoio dos peemedebistas, o governador terá a concorrência do ministro Henrique Meireles, que manifestou interesse também de participar da sucessão presidencial. Sua candidatura seria bancada pelo PSD, partido do ministro Gilberto Kassab, ao qual ele esta filiado.

Como se vê, PARA Alckmin considerar de fato sua candidatura presidencial, ele vai ter de superar muitos obstáculos. Muita agua ainda vai passar debaixo da ponte.

DESTAQUES POLITICOS

NOVO PRESIDENTE DO TSE– O ministro Luiz Fucs, do Supremo Tribunal Federal, foi eleito presidente do Tribunal Superior Eleitoral, em substituição ao ministro Gilmar Medes. Ele assumirá o cargo no inicio de fevereiro nele permanecendo até agosto de 2018. Será substituído pelo ministra Rosa Weber, que terá tarefa de presidir as eleições gerais do próximo na.

SIGILO QUEBRADO– O senador tucano mineiro Aécio Neves teve seu sigilo fiscal e bancário quebrado, por decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal. Essa decisão ocorreu por conta da acusação de que o senador mineiro teria recebido R$ 2 milhões em propina paga pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS

MAIS DINHEIRO PARA PREFEITURAS– Á vista mais dinheiro para as prefeituras de todo país, com a maioria delas passando por penúria financeira. Só depende da Câmara dos Deputados a votação da proposta de emenda a Constituição, já aprovado pelo Senado que aumenta repasse para os municípios, que atualmente recebe 24,5% do Imposto de Renda e do IPI arrecadados pela União, passará a ter 25,5%.