No dia 12 de dezembro, o presidente eleito Jair Bolsonaro se submeterá a terceira cirurgia desde que foi vitima de um atentado à faca, em 6 de setembro, durante um ato de campanha eleitoral, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Ele vai passar por um procedimento para a retirada da bolsa de colostomia, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde deverá ficar hospitalizado por alguns dias.

Em razão dessa operação, o Tribunal Superior Eleitoral antecipou do dia 19 para 10 de dezembro a solenidade de diplomação de Jair Bolsonaro. Neste ato, a Justiça Eleitoral atesta que o candidato foi escolhido pelos eleitores e está apto de assumir a Presidência do Brasil.

Bolsonaro decidiu também que antes de 12 de dezembro anunciará os nomes dos que vão compor o seu governo, que será empossado no dia 1° de janeiro.

O sexto ministro anunciado foi a deputada federal Teresa Cristina (DEM-MS), para comandar o Ministério da Agricultura. Ela preside a Frente Parlamentar da Agricultura da Câmara dos Deputados. O presidente eleito optou por não juntar os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, atendendo sugestões de lideranças das duas áreas. Nos próximos dias será anunciado o ocupante da área do meio ambiente que terá o viés ideológico de que a expansão agrícola não é nociva ao meio ambiente.

O presidente eleito revelou que vai extinguir o Ministério do Trabalho, agregando suas atividades a outro Ministério. Decidiu também transferir o general Augusto Heleno do Ministério da Defesa para o Gabinete de Segurança Institucional. “Não prescindo da presença diária do general Heleno ao meu lado, no Palácio do Planalto”- comentou Bolsonaro. Para comandar o Ministério da Defesa foi indicado o general Fernando Azevedo e Silva. Em relação ao futuro ministro das Relações Exteriores, já está decidido que ele será um diplomata de carreira. Estamos buscando alguém que faça o Itamarati ser atuante na área comercial. Queremos transformar nossas relações exteriores como vendedora dos produtos brasileiros – contou Bolsonaro.

O ministro da Economia Paulo Guedes, que recebeu carta branca de Bolsonaro, avançou na montagem da sua equipe. Escolheu Joaquim Levy, atualmente diretor financeiro do Banco  Mundial, para presidente do BNDES. Levy chegou a ser ministro, por 10 meses, no governo de Dilma Rousseff. Foi demitido do cargo por pressão do ex-presidente Lula e do PT. O economista Ivan Monteiro continuará presidente da Petrobras, enquanto Mansueto Almeida continuará à frente da Secretaria do Tesouro.

PREVIDÊNCIA, SÓ EM 2019

O presidente eleito Jair Bolsonaro voltou à Brasília na manhã de terça-feira, retornando ao Rio de Janeiro, na tarde de quarta-feira. Passou a manhã toda de terça-feira reunido com as equipes que atuam na transição de governo. Na parte da tarde visitou os presidentes do Tribunal Superior Eleitoral, do Trabalho e Superior Tribunal Militar.

Bolsonaro optou por votar a reforma da Previdência somente em 2019. Enviará ao Congresso Nacional uma nova proposta de mudanças no sistema previdenciário, bem diferente da apresentada pelo presidente Michel Temer, que está em tramitação na Câmara dos Deputados. Bolsonaro abriu mão de tentar votar, ainda neste ano, alguns pontos da reforma, que seriam apresentados como medidas infraconstitucionais, ou seja, seriam votadas já por não mexer na Constituição.

Na quarta-feira, Bolsonaro conversou, logo de manhã, com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia. Teve encontro com governadores que serão empossados em janeiro. O presidente eleito enfatizou a necessidade, urgente de se votar a reforma da Previdencia. “Sem ela- disse ele- vai ficar difícil se governar. Faltará dinheiro”. “Os governadores, por seu lado, informaram que vão receber seus estados em situação falimentar”. Bolsonaro retornou ao Rio de Janeiro, quarta-feira, à tarde.

TEMER, EMBAIXADOR EM ROMA

A disposição do presidente Michel Temer de facilitar a vida do presidente eleito Jair Bolsonaro caminha para uma retribuição: indicação de Temer para ocupar uma embaixada do Brasil no exterior. O local citado é a representação do Brasil em Roma, hoje ocupada por Antônio Aguiar Patriota, diplomata de carreira e ministro das Relações Exteriores no governo Dilma Rousseff. Caso se confirme sua ida para Roma, Michel Temer passaria a ter os benefícios do foro privilegiado. Assim, ficará livre do andamento dos processos contra ele que tramitam no Supemo Tribunal Federal.