Amanhã 28 de outubro, 147,3 milhões de brasileiros retornam ás urnas para, no segundo turno, eleger o novo presidente da República. Em 14 estados, serão escolhidos seus governadores.

As pesquisas do IBOPE e DATAFOLHA garantem antecipadamente que o candidato escolhido será Bolsonaro (PSL), com uma votação superior a 16 milhões de votos a do adversário Fernando Haddad (PT).

A posse de Bolsonaro se dará no dia 1° de janeiro de 2019, para um mandato de quatro anos. Ele vai receber um país numa brava recessão, no fundo do poço, o que vai exigir um trabalho hercúleo para ser recolocado na rota do crescimento. Os principais pilares da economia nacional estão em frangalhos. O déficit do Orçamento da União de 2019 está previsto em R$ 159 bilhões. O rombo na Previdência Social é estratosférico tornando quase impossível o acerto das contas públicas. O desemprego atinge a 13 milhões de brasileiros.

O que Bolsonaro vai ter o seu lado é a torcida dos brasileiros para que ele acerte na mosca os tiros que pretende disparar para recolocar o Brasil nos trilhos. E que tudo seja feito dentro da nossa Constituição, sem qualquer tipo de descaminho, e sem medidas autoritárias.

Com a montanha de votos que vai receber, Bolsonaro terá em mãos cheque em branco para promover as grandes mudanças que o país necessita. Nenhum outro presidente eleito em nossa historia teve oportunidade iguais as que disporá o novo presidente.

NOVO GOVERNO E O CONGRESSO

Dada com certa, no segundo turno, a eleição de Jair Bolsonaro para presidir o Brasil, a partir de janeiro, lideranças politicas ligadas a ele passaram a trabalhar no sentido de consolidar uma base de apoio ao novo governo na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.  A maioria do Congresso Nacional eleita em 7 de outubro é considerada extremamente conservadora e com grande vontade de mudanças, indo ao encontro do que Bolsonaro também  quer.  Ultrapassam a 300 os deputados federais e senadores eleitos atuando na campanha vitoriosa.

O PSL, que bancou a candidatura presidencial do capitão reformado do Exercito, elegeu 52 deputados, pretende aumentar a bancada para pelo menos 70 parlamentares. Deixaria em segundo lugar a bancada do PT, com 56 deputados.

O PSL quer crescer para ganhar a preferência na indicação do futuro presidente da Câmara, a ser eleito no dia 01 de fevereiro de 2019, para um mandato de dois anos. E ao mesmo tempo formar nas duas casas do Congresso Nacional uma base de apoio sólido e confiável para garantir a governabilidade do presidente Bolsonaro. A ideia é que esse apoio ocorra distante da conhecida politica “toma lá, dá cá”. Sem a participação de caciques políticos, que, nos últimos anos, se acostumaram a votar tão somente em troca de vantagens financeiras, bondades  governamentais  e nomeações de cabos eleitorais. Para Bolsonaro essa pratica ele pretende por um fim em seu governo.

ESTRATÉGIA DO PSL

A estratégia do PSL para crescer será atrair deputados que foram eleitos por partidos que não atingiram as exigências da cláusula de barreira. Essas legendas, em número de 14, não conseguiram 1,5% dos votos nacionais para Câmara ou não elegerem pelo menos nove deputados país afora. Por não atingir essas metas não terão o acesso aos recursos do Fundo Partidário e ficarão fora do tempo de televisão e radio até as eleições municipais de outubro de 2020.

A legislação em vigor permite que os deputados eleitos pelas legendas barradas migrem para outros partidos sem serem acusados de quebra de fidelidade partidária.

No Senado, a situação para o governo é mais complicada. É tradição que o presidente seja indicado pela maior bancada, que vem a ser o MDB, com 12 senadores.

A questão da futura Mesa do Senado vai ter que ser resolvida através de muitas negociações. É certo que o novo governo contará com o apoio da maioria dos 81 senadores.

O PT, com a eleição de 56 deputados na Câmara, já anunciou que fará uma forte oposição ao governo Bolsonaro, tanto na Câmara como no Senado.

PARTIDOS ENCOLHERÃO

O cenário dos partidos políticos (hoje, legalizados, 35) vai passar por uma ampla reformulação. Certamente, vão ocorrer várias fusões de partido e alguns deixarão de funcionar por conta das novas exigências da cláusula de barreira. Já se articula a fusão do PPS, PV e Rede, da Marina Silva. Sem essa fusão, a Rede, por ter elegido apenas um deputado no Estado de Roraima, e Marina ter recebido menos de 1% dos votos nacionais, será extinto. Para sobreviverem na nova politica nacional, os grandes partidos- MDB, PSDB, DEM que foram os grandes derrotados em 7 de outubro, passarão por mudanças radicais em seus quadros diretivos. Muitas lideranças novas e jovens vão aparecer no novo cenário politico nacional. Uma delas é o apresentador de televisão Luciano Huck. No inicio do ano, ele chegou a ser apontado como um possível presidenciável do PSDB. Ele se retirou do cenário porque o então governador Geraldo Alckmin bateu o pé, falou mais alto, e impôs seu nome como candidato dos tucanos. Inexperiente, assustado, Luciano Huck abandonou suas pretensões, voltando para seus programas na TV- Globo, onde continuou faturando milhões a cada mês. Com o tsunami de 7 de outubro, Luciano Huck voltou a transitar nos meios políticos, de olho, agora nas eleições municipais de 2020, que serão preparativas para as eleições presidenciais de 2022.