O governo sucumbiu à realidade, decidindo adiar para fevereiro de 2018, depois do carnaval,a votação, no Congresso Nacional, da proposta de mudanças nas regras da Previdência. Chegou a esta decisão dramática ao constatar que não conseguiria reunir o número mínimo de 308 votos dos 513 deputados, necessários para sua aprovação na próxima semana, na Câmara. De nada valeu o “festival de bondades”, a um custo milionário, promovido pelo Palácio do Planalto. Até substituições de ministros ocorreram na tentativa do governo convencer parlamentares a aceitarem a nova Previdência. Na contagem de votos o máximo que se chegou foi o apoio de 290 deputados.

Ante esta realidade nua e crua, e o inicio do recesso parlamentar na próxima semana, não restou alternativa ao presidente Michel Temer senão concordar em adiar para 2018 a votação de tão importante reforma. Coube ao presidente da Câmara , deputado Rodrigo Maia, na noite de quinta-feira, fazer o anúncio do adiamento: a votação ocorrerá no dia 19 e o inicio da discussão da matéria em plenário será em 5 de fevereiro. Maia garantiu que o governo terá entre 320 e 330 votos até lá. Foi um balde de agua gelada nos defensores das mudanças destinadas ajudar alcançar o equilíbrio das contas públicas.

O presidente jogou a toalha no exato momento em que a Executiva do PSDB, já sob o comando do governador Geraldo Alckmin, decidira fechar questão a favor da aprovação da nova Previdência. Essa mesma decisão já havia sido tomada pelo PMDB, PTB e PPS. Agora, ninguém se atreve a vislumbrar o que vai acontecer com a Previdência em 2018, um ano que será tumultuado pelas eleições gerais de outubro. Os partidos de oposição (PT, PCdoB, Psol e PDT) garantem que se depender deles as mudanças previdenciárias só tornarão realidade com a posse do presidente eleito em outubro. O governo, durante o mês de janeiro, vai tentar negociar alguns pontos da reforma.

O Congresso Nacional, ao apagar das luzes de 2017, aprovou a proposta da Lei Orçamentaria de 2018. O texto prevê que o salario mínimo será de R$ 965 a partir de janeiro. A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2018 foi elevada de 2%, sugerida pelo Executivo,  para 2,5%.

Os deputados e senadores entraram em férias, só retomando os trabalhos legislativos de 2018 no dia 1° de fevereiro