Mesmo tendo pela frente uma série de enormes dificuldades, o presidente Michel Temer não perde o entusiasmo exacerbado de levar adiante o seu governo, com grandes realizações, até o último dia, 31 de dezembro de 2018. Até lá, faltando 13 meses e alguns dias, ele está fissurado em executar ações que poderiam situá-lo na historia do Brasil como o presidente que tirou o pais do fundo do poço, mergulhado numa dura recessão. Temer quer entregar o governo a seu sucessor, que será eleito em outubro do ano que vem, com o país na rota do crescimento.

O presidente e seus assessores alimentam a esperança de que conseguirão ainda criar condições politicas para influenciarem na escolha de um candidato à Presidência da República, com potencial de ser eleito. Esse candidato poderia sair de um dos partidos da base governista, e distante do PT de Lula e do radicalismo da direita, representada pelo deputado Jair Bolsonaro. Contam para isso com a entrada da economia nos eixos, o que melhoraria a sensação de bem estar da população brasileira, a partir do segundo trimestre de 2018, quando a campanha eleitoral estará em pleno desenvolvimento. Não seria surpresa se o nome escolhido viria a ser do ministro Henrique Meirelles, com grande aceitação entre o empresariado e o sistema financeiro nacional. Ele é filiado ao PSD, do Gilberto Kassab

AÇÕES MILAGROSAS

Na sua obsessão de conseguir sua credibilidade junto à sociedade brasileira, o presidente Temer lançou o arrojado programa “Agora, é avançar”.  Estão previstas, centenas de obras em rodovias ferrovias aeroportos, portos e hidrovias, com investimentos estimados em R$ 1300 bilhões até o fim de 2018. Para políticos e empresários, esse pacote de obras não passa de um “sonho de verão” do presidente, tal o volume de recursos demandados e o curto prazo para a execução das obras.

No Congresso Nacional o presidente esta pressionando pela votação da reforma da Previdência, com  limitação a um texto bem enxuto. Pela proposta original, em dez anos, os gastos com a Previdência seriam reduzidos em R$ 800 bilhões. Agora com o recuo do Palácio do Planalto, o déficit previdência ficaria pela metade, por volta de R$ 400 bilhões mesmo assim seria uma boa ajuda para reduzir as contas públicas. A nova reforma preverá as seguintes medidas: aposentadoria para homens, 65 anos, e para mulheres, 62 anos; equiparação entre servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada; regra de transição, e eliminação de alguns privilégios considerados escandalosos. Mesmo esse com recuo, dificilmente a reforma da Previdência avançará este  ano, por absoluta falta de tempo. Faltam apenas 4 semanas para  o inicio do recesso parlamentar, previsto para 20 de dezembro. Só na Câmara, a reforma terá de passar por duas votações, com a exigência de 308 votos para sua aprovação. Depois terá de passar pelo Senado, também com duas votações, e 49 votos favoráveis dos 81 senadores. Com essa realidade pela frente, vê-se que mudanças previdenciárias. Ficariam para o próximo ano com os políticos pensando tão somente em reeleição. Portanto, mais um “sonho de verão” de Michel Temer.

O presidente está também sob forte pressão dos partidos da base aliada, que estão exigindo para já a reforma ministerial. Eles não aceitam que o PSDB continue frustrando o governo e mantenha o poder em 4 importantes ministérios Temer já acerto essa pressão. Para mexer no Ministério, vai aguardar a decisão da Convenção Nacional dos Tucanos, no dia 9 de dezembro. Se o PSDB decidir pular fora do governo, seus ministros serão substituídos.

JOGOS DE AZAR PARA GARANTIR SEGURANÇA

Governadores de 16 estados entregaram as autoridades de Brasília a seguinte proposta: legalização dos jogos de azar para financiar a segurança pública. Os jogos através da internet é a principal sugestão. Eles estimam que a exploração desses jogos poderia levar uma receita anual da ordem de R$20 bilhões para os cofres públicos. A proposta foi bem recebida pelos presidentes da Câmara (deputado Rodrigo Maia) e do Senado Federal (senador Eunicio de Oliveira).

Já existem tramitando nas duas Casas do Congresso Nacional projetos que tratam da legalização dos jogos de azar. Não avançam pela pressão dos deputados ligados a Igreja Católica e evangélica.

No Senado, no dia seguinte à apresentação da proposta dos governadores, o senador Benedito de Lira (PP-AL) apresentou relatório pela aprovação de projeto que autoriza a exploração dos jogos de azar em todo o país. Ele prevê a liberação do jogo do bicho, bingos, apostas esportivas e não esportivas e o funcionamento de cassinos em complexos turísticos.